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domingo, 18 de outubro de 2015

Benditas Cotas


Sem ironia: o mesmo é dizer "à séria". sendo o afluxo de migrantes ou refugiados - para agradar a Gregos e a Troianos (ou serão Húngaros ?) - a mais séria crise europeia posterior à II grande guerra, há que ter juizinho e também algum jeitinho para domar a maré.. A demoníaca senhora Merkl de há meses e anos, tem-se batido de tal forma pelo acolhimento que já há quem lhe chame madre Angela do santo refúgio. É a vida.As voltas e contra-voltas que o mundo dá. Vejam-se, entre nós os Costas, Jerónimos Catarinas, Passos, Portas (de irrevogáveis janelas). Paradigma das voltas e reviravoltas em torno dos tachos com as ideias destes aplicadas por aqueles e vice-versa. Mas voltemos aos migrantes e à soror Angela do santo refúgio. Temos de ser claros. Ó Angela, tem mesmo de haver cotas ou quotas para que todos os países colaborem neste admirável esforço humanitário? Alguma mão de obra mais barata também não fará mal nenhum. Adiante. A que propósito, amiga e admirável Angela, vamos nós condenar um sírio ao inferno de Portugal quando ele quer é escolher o paraíso alemão? Porquê o purgatório francês quando ele quer é a santa, pacífica e sumarenta Inglaterra? Ou há liberdade ou comem todos. Se os acolhemos porque somos o destino de liberdade que procuram, não podemos impingir-lhes aquilo que eles não querem. Verdade? Deixemo-nos de escravaturas (?) encapotadas. Fim às quotas! Os nossos refugiados têm o direito de escolher a sua terra preferida. Os refugiados dos outros é outra loiça. Quem não terá bem esse direito são os sujeitos das restantes quotas. E não são só as minorias. As mulheres são a maioria desta pobre humanidade. Mas, por razões estranhas, algumas delas batem palmas às quotas: para deputadas, ministras, administradoras, etc. É fashion. Todas as quotas são fashion. A evolução é espantosa! Está demonstrado que as quotas não só não colidem nem tolhem o mérito, como contribuem largamente para a sua peremptória afirmação. Assim: a Drª Maria vai para ministra da saúde, das finanças, da justiça, uma coisa dessas. Agora até conviria ir para Belém. No meio da missão espinhosa dirá, por exemplo, que já não quer. Pronto. Não quer. Não é a sua àrea. Gosto mais do meio-campo. Verdade, verdadinha. Algumas más línguas também vão sussurando que a Drª não tinha muita habilidade, jeitinho, aptidão, banalidades dessas. Vamos prescindir da Drª Maria? Então as quotas? Criou-se o ministério da igualdade que tem a ver exactamente com as quotas. Mais recentemente a igualdade mudou a agulha para a tal Belém, como é sabido. Ora essa! tudo isto é fácil. Rápido é dá milhões como se demonstra e continuará a demonstrar-se. Por isso, necessidade de quotas há e haverá muitas:, muitas mais:  de negros, asiáticos e afins; de gays, lésbicas bisexuais e transgéneros, - LGBT, que é mais chique - de loiros, morenos ou ruivos; de altos, baixotes, gordos magricelas ou assim assim. Viva a diversidade! Viva que é democrática. Estas quotas são também indiferentemente cotas. Como as quotas sociais. É assim há muito tempo. O acordo ortográfico nada tem a ver com isto. É pena. Porque eu pelo-me por dizer mal do AO. Não é que alguém se incomode. Mas gosto de maldizer do AO. Mas cotas há muitas mais: as cotas de armas dos cavaleiros medievais, destinadas a proteger o cabedal, apesar da eventual incomodidade deste gibão de malha metálica; as cotas de nível, as cotas numéricas e também cotas à margem, enfim, os homógrafos são abundantes...muito abundantes. Mas os e as cotas mais modernaças, da malta jovem, pois então, são como que sinónimos da também dita peste grisalha. Não se pense que é jargão ou qualquer inconsistência da malta. Não, não. Tem todo o direito a figurar no novo léxico português. Cota,  com este sentido, é usado no Kimbundo e daí deriva, de Kota.  A tal. A mesma que a dita peste grisalha. Que ocupa os lugares e é responsável pelo desemprego jovem. Que recebe pensões e é responsável pela insustentabilidade da segurança social. Que não fez filhos e agora já não pode fazer sendo por isso responsável pela drástica redução da natalidade. Vejam bem as voltas que tudo isto dá. Por tal razão  - repito - também por tal razão é que são necessárias - imprescindíveis - os migrantes, refugiados ( como se queira) e as respectivas quotas. Eis como  cotas, completamente diferentes das quotas, podem afinal estar ligadas numa perfeita relação de causa e efeito.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A teta ficou nos mesmos

Ontem, 04 de Dezembro de 2015, foi noite eleitoral. PSD/PPD (ainda será assim) e CDS concorreram em coligação, como governaram nos últimos 4 anos. Chamaram-lhe agora PaF ( Para a Frente Portugal). Pois claro. Para trás mija a burra. Claro que os principais protagonistas desenrolam todos os jogos retóricos para iludir factos: estes 4 anos de austeridade empobreceram o País. Era necessária austeridade, direccionada em muitos sentidos mas particularmente no corte das ditas gorduras  de um Estado mau, ineficiente, teta descontrolada onde mamam há décadas todos os oportunistas que tornaram esta democracia o atoleiro que nos envergonha. mas era preciso manter ou aumentar a capacidade produtiva do país. A austeridade não cortou qualquer gordura do estado e a capacidade produtiva do país diminuíu drasticamente. Recuou mais de uma década, pelo que resulta dos números. Há um ano, após o António Costa ter corrido com o António José Seguro de forma indigna, era "seguro" para todos ( não só no PS) que a onda de descontentamento viria bafejar o eterno indeciso ex-presidente da Câmara de Lisboa e os boys, muitos mas muitos há anos tristemente destachados. Naturalmente. A fuga dos eleitores do Centro/ Direita encontrou abrigo durante décadas no PS. Era e ainda é o Centrão. Logo, o movimento é de eterno vai-vém. Por isso eles não querem mexer neste sistema eleitoral, claro. Em portugal, há muitos muitos anos que ninguém ganha eleições. Perdem-nas. O Governo, normalmente. Desta vez, ainda que o fenómeno se tenha repetido, a verdade é que a mediocridade do Costa e seus muchachos foi e é tal que não conseguiram capitalizar o desgaste do governo PSD/CDS. Em suma, os partidos que governaram Portugal nos últimos 4 anos,, ganharam as eleições de ontem agora coligados na PaF ( 38% e uns trocos) e o PS não passou de uns 32% e mais uns trocos. O centro/ direita perdeu muitos votos e mandatos, mas nem assim o PS conseguiu federá-los. A expressão, bem apanhada, foi ontem utilizada pelo comendador Mendes, Marques Mendes, também lieder fugidio que foi há anos do mesmo PSD/ PPD e agora estrela da SIC aos Sábados à noite. Esta promiscuidade entre a política e o comentário tem contribuído fortemente para abandalhar o jornalismo e a política, naturalmente. Esta é um exemplo entre muitos. Eles são tantos que parece brotarem das pedras em todos os cantos da comunicação social, melhor dizendo dos veículos de manipulação social.
Mas enfim, voltemos à noite eleitoral. O grande vencedor foi o BE (bloco de esquerda). A Catarina Martins, agora à frente deste grupo heterogéneo, conseguiu o milagre de duplicar o número de votos e de deputados. Foi eficaz durante a campanha e ontem, no discurso de vitória. Mas, na sua euforia - compreensível - cometeu logo o primeiro erro: disse que com os seus votos o governo minoritário da direita não passaria no parlamento e desafiou o PS a fazer o mesmo. Enfim, seria o suicídio ( "irrevogável") do PS, naturalmente. Como o BE é ainda um grupo de protesto, a irresponsabilidade da sua atitude talvez vá sendo esquecida com o tempo. Veremos. Os piquenos saídos do Bloco, e não só, não singraram: nem o Livre, que chegou a anunciar um deputado ( o Rui Tavares, naturalmente) mas que teve de retratar-se, nem mesmo o PDR do Marinho Pinto que, no início da noite, também embandeirou em arco, com a hipótese de eleger dois deputados. Alguém os enganou. AH! Mas houve um deputado para o PAN ( partido dos animais e do ambiente). Curioso, ou nem tanto, "tantos" são os animais em todos os grupos que querem mamar da teta do Estado. Aquando das rondas pelas sedes partidárias, ansiando as câmaras pelos respectivos e necessários pronunciamnetos,  os ajuntamentos lembram claramente os vampiros à espera da mencionada teta.
Bom. Desta vez a teta manteve-se nos mesmos. Mais insegura e menos úbere ( talvez) mas foi agarrada pelos mesmos. Veremos por quanto tempo.