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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ao que isto chegou!

O DN de hoje ( 14/11/2013) "noticia" em 1ª página mais um ou vários arquivamentos (de inquéritos) onde estariam implicados altos responsáveis angolanos. Este fadário tem-se repetido desde que o presidente da república daquele país africano ( ex-colónia portuguesa) disse claramente no chamado discurso do estado da Nação que terminara ou deixara de fazer sentido a parceria estratégica  com Portugal. Como é sabido, pouco tempo antes, esse génio da diplomacia e não só, que é agora Ministro dos Negócios Estrangeiros e influente político e advogado, de seu nome Rui Machete, esse génio, dizíamos tinha pedido desculpas a Angola pela existência de processos onde eram suspeitos, arguidos, ou simplesmente referidos os tais altos responsáveis angolanos. E insinuou que a Senhora Procuradora Geral ou alguém por ela, lhe terá garantido que nada de relevante existia na justiça portuguesa contra gente importante e rica de Angola. Esta desmentiu de imediato. Mas passou a arquivar inquéritos mesmo os que já estavam arquivados há dois meses... Perdão. Alguém arquivou, sem que saibamos por quê e inspirados em quê. Desta vez, parece que o Senhor Procurador adjunto - ao que intuímos - terá mesmo referido que o arquivamento talvez contribuísse para apaziguar as relações entre Portugal e Angola. Espantoso. Não contribui. Portugal é hoje simplesmente a lavandaria de Angola - como alguém disse - e eu acrescento, a lavandaria e a sanita. Agora fica claro, mais claro, que o motivo pelo qual a Justiça se move em Portugal é Político. Logo, nada tem a ver com a Justiça. A Justiça é um faz de conta. Junta-se assim alegremente a todos os restantes sectores da administração da res publica. Agora tudo é uma palhaçada - pior, um mero faz de conta - neste país de obscenas indignidades. Por isso não há corruptos condenados. Por isso não tráfico de influências. Por isso os banqueiros fazem o que lhes dá na gana, e têm direito a parangonas de jornais, por mais imbecilidades que debitem e por mais empréstimos que peçam aos contribuintes  para se capitalizarem, ao mesmo tempo que negam pequenos empréstimos às famílias e às empresas, ou seja, aos contribuintes que os "capitalizaram". Não há explicação para o que se passa em portugal. São tantas, tantas e tão frequentes que estamos legitimamente cansados de tanta indignidade. A dívida pública é grande, é gigantesca. Julgo que jamais seremos capazes de a pagar com a capacidade que temos de produzir, ou seja ,de gerar riqueza. O défice continuará a aumentá-la, porque se durante anos as despesas públicas foram o descalabro, a verdade é que a "vaidade" continua e continuará em todo o aparelho do Estado, sobretudo da parte dos mamões que não abdicam dos seus inúmeros e intoleráveis privilégios. Basta olhar. Todos os dias, esta obscena falta de contenção se passeia arrogantemente diante de todos nós.
Mas, o grande problema nacional não é a dívida nem é o défice. É a falta de dignidade.Foi e é a constante alienação de valores. Nada nos resta de autêntico, de realmente valioso. Valem hoje  e tão só - o  chico-espertismo, a possibilidade, fortuita ou não, de influenciar decisões, a "partidarite" conivente, o jeitinho para tirar proveito de tudo o que é coisa pública, etc. etc.. Numa palavra, o nosso grande problema é a indignidade que consome a sociedade portuguesa. Já nem conseguimos reagir aos milhares de casos que documentam essa indignidade: por inutilidade superveniente, por cansaço. Que lástima.