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domingo, 25 de novembro de 2012

Kasperl, faits divers e tanta...merda.

 No post de 24 de Julho de 2011, falámos aqui, neste modesto blog, no primo alemão do Punch Inglês, irmão mais novo, por sua vez, do Pulchinelo,  enfim, das figuras bonecreiras mais conhecidas da Europa. Era o Kasperl ou Kasperle, Gasparinho, diríamos em português. Há mais de um ano, a associação era bem menos evidente. Kaspar Laifari foi a personagem de um bonecreiro de grande classe de meados do sec. XIX, de seu nome Graf Pocci. Pelo que antes do aparecimento de Kasperl, o nome mais conhecido nas marionetas tedescas seria o  de Hans Wusrst ( Zé Salsicha, traduziriamos nós, sem maldade, mas de forma agora também apropriada, nos tempos que correm). Bom, relembramos hoje esse post por nos parecer alegoricamente oportuno, face ao orçamento aprovado há dias, à situação caótica em que o país caíu e continuará a cair pela forma como as coisas se perfilam e que todos vêem menos o nosso Gasparinho. Lembramos apenas que o sentido de humor dos Alemães ( têm-no, não duvidem!) leva a que chamem às maçudas, improdutivas e tantas vezes patéticas discussões parlamentares, o Kaspertheater ( teatro de marionetas). A nossa feira da Ladra também não está mal. Se bem que o nosso sentido de humor vai sendo abafado por uma mal fadada resignação.
Ainda esta semana, o agora homem forte do Millennium BCP, de seu nome Amado, dizia esta coisa  absolutamente transcendente: se pagassemos menos juros pelo dinheiro que o Estado nos "emprestou" para capitalização ( mais de € 3 mil milhões só ao Millennium, lembram-se?) então poderíamos financiar a economia!!! O Bava também se achou com o direito a bacoradas. Naturalmente. " A nossa fibra não está aberta para ninguém." Será que os "buracos não foram feitos em espaço público. Todos os buracos foram abertos no espaço público! Com fibras e sem fibras. E duvido que o Bava tenha fibra! Haverá reguladores em Portugal? Será que esta gentalha toma todos os portugueses como mentecaptos? Os bancos baixam os spreads apesar de tudo o que tem sucedido? Será que pagam tanto quanto nós pagamos ao BCE e Cª? Querem dado e arregaçado e dizem-no sem vergonha e sem pudor. O Senhor Governador do BP parece ter partilhado, para obter a sua anuência, seguramente, a ideia genial do hipotético banco de fomento com o Faria da CGD e com o Salgado do BES, entre outros, é claro. Muita coisa tem este "regulador" partilhado com a ordem irregular dos correspondentes padrinhos e sobrinhos. Lembram-se do BPN? E do BPP? E das "cegueiras obstinadas" do Constâncio e Cª? Até aos deputados negou informação. E bem mereceram a "nega" essas inúteis e subservientes marionetas de cordel. Como ele ( Constâncio) mereceu o tacho na Europa. Espero que tenha levado o motorista. Todos os nossos génios são reconhecidos na Europa e no mundo. Quanta merda! É tanta a merda, tão genial e  tão patética que cansa tentar explicá-la. Só tentar explicar cansa! A arrogância, a prepotência, a mediocridade, a irresponsabilidade, a imbecilidade enfim, a merda em que toda a vida nacional se transformou é pateticamente cansativa. Agora estão os Açores e o Governo Central preocupados, muito preocupados, porque os Americanos decidiram "poupar" nas Lajes e não só, ao que parece.  Consigo conceber que um Estado soberano exija contrapartidas, monetárias ou não, pela utilização de um espaço que se compreenda nessa soberania. Mas que fique histérico porque outro estado deixa de estar interessado na utilização que vinha fazendo do espaço, não me entra na cabeça. Mais facilmente admitiria que lhes pedissem o favor de ficar. Sim. Sim. Pedir e beijar-lhes a mão. Ou então desistam da ilha, que diabo. Tudo isto é patético. Alguém disse que o ridículo mata? Enganou-se no que a Portugal diz respeito. O ridículo não mata em Portugal. Em Portugal, nos tempos que correm, toda a merda engorda, seja ela central, regional ou local. Terá fim toda esta merda? Algum dia terá fim? 
O Gasparinho ri-se. Por ser primo do Loucâ, seguramente.

domingo, 4 de novembro de 2012

Tenham vergonha!

São três e atacam aos pares
Parece que o ministro Gaspar, Vitor, terá ficado "ofendido" por um deputado ter dito que o País estava farto do seu discurso Salazarento. Não subscrevo a intenção do Deputado. Mas espanta-me a "sensibilidade" demonstrada pelo ministro. Alguém poderia ofender-se? Talvez. Nunca o ministro ou qualquer outro perante as circunstâncias que vivemos. Que eu saiba, o Salazar nunca precisou de chamar os Homens do FMI ou de qualquer outra organização, europeia ou mundial, para o "ensinar" e reorganizar ou a "refundar" o Estado. Nunca chamou estrangeiros, por muito experientes que fossem, para o ajudar a cortar na despesa ou a reorganizar serviços públicos. Afinal o senhor e os outros são ministros para quê? Como demonstram merecer o que ganham? Telefonando para o FMI, o BCE e a Comissão Europeia? Para tais funções, basta um ou uma telefonista. Bilingue, concede-se. Mas não pusilânime. Tenham vergonha. Se são incapazes de dirigir o País, demitam-se. É tempo de haver algum pudor, caramba. Bem dizia o outro. De mão estendida, não há soberania que resista! O que ainda espanta, o que sempre me espantará, é a "lata que toda esta gente demonstra".
Mais do que espanto, senti vergonha. Passo a relatar. Ouvi há dois dias nas notícias o Senhor Presidente da ASJP ( associação sindical dos Juízes Portugueses - para quem não saiba -) dizer em pleno Parlamento que os cortes remuneratórios deixavam os Senhores Juízes "mais permeáveis ( não tenho a certeza do termo) a pressões. Inacreditável! Julgo que a maioria dos Senhores Juízes também terá ficado incrédula e repudiará tais declarações. A honestidade dos Juízes passa por um bom estatuto remuneratório? Bela independência de que tanto falam. Se assim fosse, sempre teriamos que dar razão aos ditos populares. A Justiça mudaria conforme o estatuto dos "justiciables". E não só.
Perdemos valores, perdemos pudor, perdemos vergonha. Que diabo de sociedade quereremos nós construir? 
Entre nós e eles ou entre eles e nós, venha o Diabo e escolha.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Figurões & Cª

Parece que o Senhor Ulrich, Fernando, vejam bem (?) terá enfáticamente afirmado esta coisa brilhante : "ai aguenta, aguenta". Se o País aguentava mais austeridade, terá sido a questão colocada ao Senhor. A ocupação do poder político pela mediocridade e pela incompetência é uma verdade da maior evidência. Essa mediocridade e essa incompetência não são exclusivas do poder político. Outros "poderes" com ele imbricados até à medula foram abocanhados pelas mesmas "virtudes". Já aqui fizemos alguns comentários a saídas espantosas do Senhor Salgado. Agora foi o Senhor Ulrich. Sempre muito convencido de si, ao ponto de chamar ignorantes a quem não vê a sua "realidade". Terei de ser muito sintético, mas quero ser claro. A memória precisa de ser avivada, de quando em vez. Como todos sabem, a mal fadada crise começou por ser do chamado subprime: um palavrão anglosaxónico para que o povo não compreenda as coisas. É disto que eles vivem! Eles, os banqueiros e outros. O palavrão anglo-saxónico nada mais representa do que negócios entre os bancos com as hipotecas. Convencidos de que o preço das casas continuaria a subir e que o valor da hipoteca que garantia o empréstimo seria, por consequência, menor do que o valor da casa e com tendência para que essa diferença aumentasse, os banqueiros ( Instituições Financeiras, como é mais rigoroso e eles também gostam mais) " vendiam" entre si essas hipotecas e respectivas margens de lucro. O resultado também é conhecido por todos. A crise alastrou. Como os mais lúcidos previram, os estados Unidos decidiram combatê-la o mais rapidamente possível, enquanto os Europeus  se entretinham a "discutir" se já chegara ou não a época dos marmelos. O resultado está à vista. Mas este e outros figurões nem preocupados estiveram durante muitos meses. A desgraça de Portugal ( o tal que aguenta mais e mais austeridade!) era a sua sorte. Pediam ao BCE a 1% e emprestavem ao Estado Português a 7%, 8% e mais. Para quê clentes? Tinham contribuintes! Até que o BCE disse: basta! Já pediram de mais. Eles gostam mais de dizer que a exposição é excessiva. Nessa noite correram todos os telejornais a dizerem o contrário do que tinham dito uma semana antes: ai Jesus, é urgente pedirmos o resgate que o Sócrates disse que nunca iria acontecer. E correram com o Sócrates, claro. Que bem preciso era. O povo é que ficou com a ilusão, em função das eleições, que a coisa era democrática. Essa é a função desta democracia. Criar e manter a ilusão da chamada soberania popular. Bom, regressemos ao tema. Apesar disto tudo, os figurões afinal não estavam tão bem como pregavam. até porque só entre nós era possível contabilizar a dívida pública que detinham e detêm de forma a fingirem activos que não tinham nem têm.  E precisaram que os contribuintes ( chamar-lhes Estado é a mistificação usual) disposisessem de vários milhares de milhões de euros para capitalizar as suas "instituições". Eles adoram esta expressão. Pagamos os juros mais altos da Europa. As nossas PME têm nas taxas de Juro o factor mais pernicioso no que à competitividade diz respeito. Os figurões são medíocres, mesquinhos, incompetentes e sem o mais pequeno pudor. Exploram e regozijam-se com isso.
Todos nós podemos definhar. Pobres, muito pobres, haveremos sempre de pagar os seus privilégios. Força, Ulrich, que nós aguentamos tudo. Não fosse V. Exª um especialista fiscal. Quantas offshores tem o seu banco? Ou serão só os outros?
Ele há coisas!