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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Voyages du geste

Ontem, dia 25 de Setembro, o grupo que esteve a trabalhar em Montemor-o-Novo durante 15 dias fez uma demonstração desse seu trabalho. Pode dizer-se. Trabalharam a sério. Quer os jovens formandos, quer os professores. Partiram hoje, a maior parte deles a caminho do aeroporto. Nos comentários sobre Teatro - e não só de marionetas - foi-me grato verificar que a maioria já assume abertamente que as artes cénicas, como tudo o resto na vida, depende do talento, mas sobretudo de muito trabalho. Enfim, ontem celebraram até alta madrugada. Hoje, houve légrimas, doces e amargas de todos e não só de Petra. Foi bonito ver como estes dias de convívio criaram laços interessantes que oxalá perdurem. Na imagem, o Damian, a Marion e a Françoise manipulam uma marioneta numa alusão crítica aos ensinamentos dos mestres: atenção ao olhar da marioneta! Nunca descuidem o olhar da marioneta! O espectáculo - um pouco longo ( 3 horas - teve dança, representação e canto. Bem conseguido, de uma forma geral.

domingo, 18 de setembro de 2011

Arte, amizade e cooperação internacional em Montemor-o-Novo

Um grupo muito interessante está há dias no Hotel Montemor (www.hotelmontemor.com) e os seus participantes trabalham tudo ou quase, no mundo das artes: de marionetas a canto. Canto é a especialidade da Professora portuguesa que os reuniu: Maria João Serrão, uma grande amiga de Montemor-o-Novo. Marionetas é a especialidade do Karim, um professor Libanês a respeito do qual descobri, incidentalmente, que procede a investigações com Toni Rumbau com o objectivo de publicar um livro.(1) É assim, efectivamente. De Palestinianos a Suecos, Belgas, Franceses, Libaneses, Brasileiros, Italianos(as), e Portugueses, naturalmente, o grupo é internacional, divertido, trabalhador e afectuoso. As duas imagens mostram-nos o Damian e a Jessica com duas marionetas criadas nesse mesmo dia, pela Marion e pela Jessica. A Marion cujo nome terá sido a origem do nome Marinette - curiosidade -também se vê na 1ª imagem atrás da Marineta que o Damion manipula, entusiasmado, tal como a Professora Maria Joâo, de Costas. A Marineta da Jessica ( libanesa) tem duas bochechas rubras  de destaque. Apesar disso, a sua criação tem muito da criadora. Pelo menos, assim me parece. O programa no âmbito do qual este grupo se juntou em Montemor para uns dias de trabalho tem o nome extraordinariamente poético de Voyages du geste. Penso não estar errado ao afirmar que também se deve à Câmara Municipal de Montemor-o-Novo a criação de condições ( mesmo financeiras) para que o grupo pudesse reunir entre nós. Que o trabalho seja produtivo e que a cultura seja o cimento das amizades internacionais e do fascínio multi-cultural que este grupo cultiva de forma verdadeiramente cativante. 

(1)- Toni Rumbau é um marionetista e escritor que conhece muito bem Portugal, onde esteve e permaneceu durante bastante tempo, logo após o 25 de Abril. É autor de um livro intitulado Malic - a aventura das Marionetas -cujos direitos da edição portuguesa são da EGEAC/ Museu da Marioneta.

sábado, 3 de setembro de 2011

A matança do porco

Não me ocorre o nome do pintor. Tirei a fotografia no Monte da Ravasqueira, em Arraiolos, ou perto de Arraiolos, numa visita à Adega. O quadro é de um realismo impressionante e tem uma excelente técnica.
Tudo é tão perfeito que parece mais uma fotografia do que uma pintura. Mas tem a beleza da pintura. Da mão humana que sabe transmitir sensibilidade. Assiti a isto na minha infância, todos os anos, em Trás-os-Montes. Assisti ainda recentemente no Alentejo. Claro que já havia fiscalização económica. Mas não havia ASAE. Que tem vindo a concluir ter interpretado mal a Lei em muitas exigências imbecis com que aterrorizou, premeditadamente, um país resignado. Esta democracia integra um regime policial difícil de desmascarar, porque qualquer cretino com um pouco de poder faz questão em usá-lo e sobretudo em abusar dele. A insignificância foi sempre abusadora. Neste momento está em roda livre neste pobre Portugal. São os Polícias. São funcionários menores das Finanças, funcionários menores das autaquias, de todos os departamentos, do poder central, regional e local. Até nos hospitais. Até nas empresas que actuam fora do mercado: telefónicas, bancos, seguradoras etc. Os nossos reguladores são uma verdadeira inutilidade. Do Banco de Portugal e do Instituto de Seguros tenho, na minha vida profissional, "histórias" tão caricatas e tão estúpidas que se torna doloroso contá-las. Como a Justiça não funciona, quem pode e quem ousa meter-se numa encrenca se demorará anos a fazer valer a verdade e a Justiça? Deus nos livre. Por isso falo em resignação. Como sendo o cancro que corrói a comunidade. Esperemos que não seja uma doença terminal.