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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Regressando aos Cucos

O autarca socialista Carlos Beato nomeou o seu filho para o cargo de adjunto do seu gabinete de apoio pessoal, decisão que qualifica como "consciente e responsável" - hoje no DE ( Sapo)
        
       Impossível evitar comentar a cucolândia! O despudor atingiu os limites do patético, onde se julga que tudo é justificavel. Despudoradamente rídiculo. Fui ver. Imaginem. É um militar do 25 de Abril. Porquê? Comandava um pelotão dos homens de Salgueiro Maia. Que extraordinário! Eu comandei um pelotão 3 anos e meio na fronteira do Norte de Angola. E já lutara contra a guerra colonial, enquanto estudante. E vi os homens do Salgueiro Maia na Praça do Comércio, Era um recém chegado da guerra de África. Percorri Lisboa feliz com os aconteciementos. A operação militar - podem crer - foi de 5ª categoria. A maior parte dos soldados não sabia sequer disparar uma espingarda. O regime estava podre. Por isso caíu. Ainda bem. Mas o que hoje se passa, leva-nos a perguntar: o que aconteceu ao País? Quem é capaz de tão reiterado despudor? 
       Fui ver: tem uma mensagem em vídeo, medíocre, e lê um texto aos solavancos. Mas um curriculum invejável. Sempre a acumular cargos de simpatia e nomeação partidária, claro está. A história nacional sempre teve períodos de oportunismos e desvergonha. Gente que utilizou os bens públicos para seu governo pessoal. Cucos Rabudos, em suma. Mas o que aconteceu ao País nas 3 últimas décadas é tão mau tão mau, que vai ser difícil à própria história encontrar uma justificação razoável. Não há "afastamento" que possibilite qualquer tipo de justificação.

Nostalgia

Nostalgia! Cafiaspirina... O anúncio parece ser de 1936. Ano dos jogos olímicos de Berlim. Sim, os tais em que Jesse Owens, de cor negra, ganhou 4 medalhas de ouro, para grande confrangimento de Adolf Hitler que quis fazer dos jogos um momento de exaltação da "raça ariana". Este cuco não deve ser tratado apenas com ironia. E há quem tudo faça para reabilitá-lo. Pobre mundo. Do ano do Anúncio para cá decorreram 74 anos!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Um enredo (pouco) Nobre

pouco nobre
 
Como muitos, sempre pensei ser um erro de Passos Coelho o convite feito a Fernando Nobre. Erro que se confirmaria pouco depois, reiteradamente, pelo comportamento do visado. Deste "enredo" houve ontem mais uma notícia: Fernando Nobre não conseguiu os votos necessários para Presidente da Assembleia da República. Primeira derrota de Passos, dizem. Talvez. Mas com derrotas também pode aprender-se. Mais do que com vitórias. Para já, fica o lado positivo: Passos Coelho terá mantido a sua palavra. Acrescentando o facto de não se ter "assustado" com o barulho dos barões do regime que exigiam uma salada russa ( Passos dixit) com o PS e com a asneira de Cavaco a propósito da dimensão do Governo, temos alguns aspectos positivos na actuação do primeiro ministro apenas indigitado e que, pelos vistos, tomará posse dentro de hora e meia.
Isto aviva-me a esperança deste primeiro ministro não estar comprometido com a arrogância e a consequente incompetência que trouxeram o País ao lodaçal em que se encontra. Enganar-me-ei? Aprenderei uma vez mais. Só que esta réstea de esperança não pode dar-se ao luxo de continuar adiada, por repetida ingenuidade. Minha, claro está.
 Inteiramente descomprometido com o seu partido e com a sua pessoa, - e pensando apenas no País onde nasci e onde vivo - sinto vontade de desejar que o primeiro ministro saiba escolher e que conte com colaboradores sérios e competentes. Oxalá que a obstinação de Fernando Nobre e a sua falta de humildade não venham a repetir-se.
 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais um pequeno apontamento sobre marionetas



Este assunto - marionetas -está adiado há anos, como já disse. Claro que o objectivo prioritário é conseguir alguma ironia, particularmente no paradigma que espero poder estabelecer com certos comportamentos muito comuns nos variados bonecos ( de fios, luva, até de sombras) que povoam os partidos e a vida pública nacional. O título Cucos e Marionetas tem este propósito, como pode ver-se.
Tal facto e tal objectivo não impedem nem limitam a necessidade de investigar o mais possível sobre o teatro de marionetas. Muito menos excluem o grande fascínio que sinto por tal forma de expressão teatral. Por isso não resisto a deixar aqui este singelo apontamento que li um dia destes: no teatro de marionetas o actor projecta-se no boneco que é a sua criação ( em muitos casos, evidentemente). A representação exige habilidade manual, sensibilidade poética, criatividade na encenação, enfim, é de facto, uma arte completa, no sentido mais amplo do termo que aqui faço equivaler a mester.
No teatro de pessoas ( de palco), onde a experimentação é mais dispendiosa e difícil, naturalmente, pode afirmar-se que o actor é o boneco do director ou encenador. Isto não comporta qualquer sentido pejorativo para o actor, evidentemente. Pelo contrário. Em muitos casos, a capacidade para "personificar" a criação do encenador exige um indiscutível talento.
Falei anteriormente do teatro de sombras, que, no domínio das marionetas, tem sido cultivado com grande mestria no Oriente ( Japão, China, Índia Tailândia, etc.). Ocorre-me algo que talvez não seja estulto de todo. A Alegoria das Cavernas, texto bem conhecido de Platão, não será uma clara aproximação ao teatro de sombras com motivação filosófica?
Por tudo quanto disse, há muito de filosófico no teatro de marionetas, mesmo nas suas formas mais populares. Toda esta forma teatral é popular, no melhor dos sentidos. Ocorrem-me também passagens dos "Autos, Passos e Bailinhos" do Mestre Salas e os Bonecos de Santo Aleixo, hoje entregues ao CENDREV no Garcia de Resende.

domingo, 12 de junho de 2011

Um cheirinho a Marionetas



Ontem consegui algum tempo para ver o retábulo de Dom Cristóbal de Garcia Lorca. Trata-se de uma pequena peça de teatro de marionetas.
Como é sabido, as Marionetas são o assunto há muito adiado, neste sítio. Acresce que decorre em Montemor o IV Encontro de Marionetas até hoje, exactamente, 12 de Junho. O teatro de títeres é fascinante. Enquanto me não decido por algo mais substancial, aqui fica este pequeno apontamento. Espero que legível e visível, porque também não sei onde arrumar o texto e as imagens.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ele há coisas!

Os jornais noticiaram esta semana que a socialista Ana Gomes comparou Paulo Portas a Strauss-Kahn, opinando que não deveria fazer parte do próximo governo, com o cândido objectivo de evitar humilhações como as que teria sofrido o Estado Francês. Que preocupada! Que francófona!  Há gente para quem qualquer comentário é uma perda de tempo. Não sou e nunca fui admirador de Paulo Portas. Mas não é preciso sê-lo para repudiar um comentário boçal, despeitado, revanchista,  que pressupõe um juízo de natureza criminal sobre o comportamento de Dominique Straus- Kahn, entre outras imbecilidades. Que é feito da presunção de inocência? É um valor elementar da civilização, Senhora Drª Ana Gomes. Vindo de alguém que até nos representa - mal, é verdade - em Bruxelas, é caso para estupefacção. Vindo o comentário de alguém que um dia antes se indignara com uma pergunta de uma jornalista ao seu demissionário chefe sobre o eventual efeito da demissão no andamento dos processos penais em que alegadamente terá estado envolvido, é simplesmente repugnante. A jornalista, bem ou mal, oportuna ou inoportunamente, estava a fazer o seu trabalho. A Euro-deputada, que pertence a um partido que contribuíu decisivamente para a penúria em que o País está e para o descrédito do Estado Português, está a libertar o mais feio despeito e a mais baixa inveja. Neste momento, todos nós deveremos, ao que penso, defender o governo saído das últimas eleições - se democratas ainda somos - ajudando a restaurar alguma credibilidade do Estado. Andar de mão estendida a dizer mal de membros do governo que ainda o não são, é deplorável.
Como é possível que a mediocridade e as atitudes mais patéticas se tenham apoderado desvergonhadamente deste pobre País? O que fez Ana Gomes para ser deputada no Parlamento Europeu? Porque estava na Indonésia quando os Estados Unidos obrigaram este País a retirar de Timor? Será que ela nos quer convencer que teve alguma influência determinante em tal acto?
O oportunismo instalou-se e não deixará que os mais elementares valores regressem e nos ajudem. Infelizmente constatamos isto diariamente. Com as Gomes e os Gomes que ainda nos confrangem.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Será que vamos a tempo?

Após semanas de incerteza, o povo português mostrou que ainda há algum bom senso e dignidade no País. Pelo voto exprimiu mais o repúdio pela contínua mistificação que o PS criou em Portugal, ensaiado pela mão do maestro Sócrates, mas com a participação de muitos e muitos que vivem à sombra do orçamento -despudoradamente - do que confiança a sério no PSD e em Passos Coelho. É o que me parece. O facto de Passos Coelho não estar, aparentemente, entrosado com os barões cujos interesses se entrecruzam há longos anos com os do PS, dá-nos alguma esperança. Que este Estado ineficaz e medíocre se renove, ainda que dolorosamente; que a Justiça leve a maior "chicotada" de que há memória, porque sem isso nada se fará; que o Estado social tenha a equidade e a Justiça como paradigma; que se crie, com seriedade, a rejeição do parasitismo e se premeie o mérito; que, finalmente, haja valores capazes de orientar as novas gerações. Se um pouco- só um pouco - disto acontecer, então talvez possamos ainda ir a tempo.