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sábado, 7 de maio de 2011

Ainda a propósito de resgate

Parece que a troika (o fetiche dos assobios estrangeirados é deveras espantoso!) sempre decidiu propor o empréstimo de pouco menos do que 80 mil milhões para cobrir a irresponsabilidade dos Portugueses. Dos que pagam, porque votaram inconscientemente. Dos que desfalcaram, enganaram e mentiram despudoradamente ao País, desgovernando-o, porque a sua irresponsabilidade é tolerada, incompreendida, aceite, eu sei lá! Será possível que o País mereça isto? A atitude não é nova. Como todos sabem, é a terceira vez que esta democracia estende a mão ao estrangeiro, qual indigente manhoso que jura emendar-se, mas sempre com reserva mental. Apesar da culpa dever ser repartida por todos quantos nos têm governado e também pelos que neles votaram e continuam a votar - como disse - a verdade é esta: de cada vez que pedimos "ajuda" em desespero de causa, estava o PS no Governo. Mas, que me lembre, a culpa nunca foi dos responsáveis deste partido. Foi sempre dos outros: oposição, estrangeiro, crises ( petrolíferas ou de sub-prime, etc.). De todos, menos dos governantes do PS. Claro que agora, o Sócrates ultrapassa tudo o que é imaginável. A impressão que se tem é a de alguém completamente fora da realidade. Mas, por inconsciência ou não, até para conseguir manter aquela arrogância e alheamento aliada à acuidade verbal, ou oral, sempre que pode tentar manietar os menos preparados, até para manter essa atitude, repito, é precisa coragem. Nesse aspecto será, porventura, imbatível. Como dizia o povo transmontano e ainda dirá, é um verdadeiro desavergonhado!
Mas a atitude sempre foi assumida desta forma. Leiam-se as "quase memórias" do Almeida Santos. Basta a parte final do 1º volume, a propósito do que qualifica como um ataque criminoso por parte dos jornalistas Albarrã e Feyo na Grande Reportagem sobre a "independência" de Timor Leste. O autor é, consabidamente, um astuto advogado, um orador de grande poder e habilidade e também um homem sabedor. Há que reconhecê-lo. Mas, a sua habilidade para desviar as setas do alvo ou para as encaminhar para a generalidade é deveras notável. Até quando diz que a sua responsabilidade é apenas "qb" e de homem muito bem intencionado. Assim, claro que os ataques feitos á sua pessoa, não o são. São ataques de saudosos do antigo regime ao 25 de Abril e à democracia. Claro que a descolonização foi só um efeito e bem conseguido, apesar de tudo, do desastre que foi o 28 de Maio. Como se vê, no resgate financeiro, como na descolonização, a culpa é do povo português, de todos, mas não da gente do PS. E já agora - pergunto eu - porque paramos no 28 de Maio, que não defendo e nunca defendi? Teve mais a ver com a colonização o rei D. João II do que o 28 de Maio. Pois. Mas o Dr. Almeida Santos reporta-se apenas ao momento em que alguém terá sentido os " ventos da história". Isto poderemos compreender. Mas que todos tenhamos culpa daquilo que a gente irresponsável do PS se recusa sistematicamente a assumir, é demais. Digam-nos lá, Dr. Almeida Santos, Dr. Mário Soares, digam-nos lá honesta e patrioticamente como se intitulam  com invejável garbo: o que pensam da miserável situação em que o País está, 37 anos após a revolução dos cravos? O que pensam dos benefícios gerais desta democracia? Expliquem e eduquem estes pobres iletrados de quem se aproveitam há quase 40 anos! É tempo bastante para umas quase memórias.